Kuki, ex-atacante do Náutico

 Segundo a revista científica The Lancet Neurology, em pesquisa divulgada no ano passado, casos de acidente vascular cerebral cresceram 14,8% em pessoas com menos de 70 anos no mundo. Nesta última segunda (21), quem acabou integrando a indesejada lista foi o ex-atacante Kuki, que se recupera de um AVC isquêmico. O atleta foi transferido para o Real Hospital Português para dar continuidade à sua recuperação. O baixinho está internado na UTI Neurológica, consciente, orientado, respirando sem ajuda de aparelhos e sem necessidade de suporte medicamentoso adicional.

 
Folha de Pernambuco conversou com o neurologista João Eudes Magalhães, do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), para detalhar sintomas, causas, tratamento e prevenção do AVC. 

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Sintomas

“Um dos primeiros sintomas de quem está sofrendo um AVC é a dificuldade para falar, junto com uma fraqueza em um lado do corpo. Isso pode acometer o rosto ou todo o corpo, ficando metade paralisado. Também podem ter outras manifestações como dificuldades de enxergar e manter o equilíbrio”.

Fatores de risco

 

“O AVC está associado à formação de placas de gordura nos vasos do pescoço e da cabeça que levam sangue ao cérebro, chamadas aterosclerose. A hipertensão está em primeiro lugar (das causas). Diabetes, tabagismo, colesterol alto, histórico familiar, sedentarismo e obesidade também interferem”.

Tipos de AVC

“Os principais são o AVC isquêmico e o hemorrágico. O primeiro ocorre por causa de uma obstrução de uma artéria que leva sangue para o cérebro. O segundo quando há ruptura do vaso sanguíneo”

Tratamento

 

“O mais importante, ao identificar os sintomas, é levar o paciente para um atendimento hospitalar. Se a pressão estiver alta, a gente normalmente usa algumas medicações para baixar. Temos hospitais especializados aqui, como a Restauração, que possuem um centro de tratamento para AVC. No isquêmico, o mais comum é o uso de um trombolítico para dissolver o coágulo. Tem também a trombectomia (remoção do coágulo por cateter). São os tratamentos na fase mais aguda do AVC”.

Prevenção

“Infelizmente não tem como identificar com exatidão quem vai ter ou não AVC, mas hábitos mais saudáveis podem ajudar (a prevenir). O mais importante é ter um acompanhamento de rotina, avaliando pressão, colesterol, glicose, além de evitar o consumo excessivo de álcool. O tabagismo e a obesidade também são fatores de risco e fazer atividades físicas regulares, com acompanhamento de nutricionista e educador físico, são importantes”.