
O exército de Israel manteve as tropas em cinco locais estratégicos no Líbano, apesar de terminar nesta terça-feira o prazo para se retirar do país, segundo o acordo de cessar-estabelecido com o Hezbollah no final de novembro do ano passado.
O grupo acusou o governo de Tel Aviv de violação do cessar-fogo assinado entre as partes no final de novembro do ano passado. O líder do Hezbollah, Naim Kassem, afirmou que não há desculpas para a permanência dos soldados no sul do Líbano.
O porta-voz das forças armadas de Israel, Nadav Shoshani, alegou que a manutenção das tropas em cinco pontos de observação no Líbano é necessária para garantir a segurança dos cidadãos israelenses que vivem perto da fronteira. Mas, ainda 60 mil pessoas permanecem deslocadas por causa dos combates anteriores. “A medida temporária foi aprovada pelo organismo de controle do cessar-fogo liderado pelos Estados Unidos. Israel continua empenhado em retirar os seus soldados da forma correta, de modo gradual e de maneira a manter a segurança dos nossos civis”, declarou Shoshani.
"Estamos determinados a garantir a segurança total de todas as comunidades do norte", acrescentou o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, que confirmou também ter enviado reforços para os novos postos instalados do seu lado da fronteira.
No entanto, o presidente libanês, Joseph Aoun, disse que a trégua deve ser respeitada. “Não se pode confiar no inimigo israelense", lamentou.
O acordo do cessar-fogo acordado previa que os militares israelenses na zona tampão no sul do Líbano deveriam ser substituídos pelo exército libanês e pelas forças de manutenção da paz da Organização das Nações Unidas no final de janeiro. Mas, o prazo foi depois prorrogado até 18 de fevereiro.
Já o Hezbollah deveria retirar as suas forças para o norte do rio Litani, que fica a cerca de 30 km da fronteira israelense.
O conflito entre Israel e o Hezbollah teve início em 8 de outubro de 2023, quando o grupo apoiado pelo Irã disparou mísseis contra o país vizinho em apoio ao Hamas.