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Uma semana após as fortes chuvas que caíram em Pernambuco e vitimaram sete pessoas, a Prefeitura do Recife anuncia reforços nos investimentos em infraestrutura na cidade. Do total de mortos, cinco eram do Recife. Em um dos casos, mãe e filha foram soterradas por uma queda de barreira sobre a casa onde viviam, no Córrego da Bica, no bairro do Passarinho. Nesta quarta-feira (12), o prefeito João Campos formalizou uma operação de crédito no valor de R$ 200 milhões com a Caixa Econômica Federal.
A assinatura aconteceu durante o Encontro de Novos Prefeitos e Prefeitas, em Brasília. O contrato de financiamento com a Caixa terá recursos do Programa de Financiamento de Infraestrutura e Saneamento (Finisa), que permite a aplicação em projetos de melhoria de drenagem, pavimentação de vias, expansão do saneamento básico, fortalecimento da infraestrutura da saúde pública e aprimoramento da mobilidade urbana.
A Prefeitura do Recife já sabe para onde vai destinar o dinheiro. Os aportes serão destinados a novas obras de drenagem e contenção de encostas, "reforçando o compromisso da gestão municipal com a qualidade de vida, a proteção de populações vulneráveis e o desenvolvimento da cidade". Na área de mobilidade, os recursos vão para projetos como o da construção da Ponte Cordeiro-Casa Forte e o de duplicação da Ladeira da Cohab, anunciados em 2024 pelo prefeito para o ciclo de gestão iniciado em 2025.
Prefeitura do Recife assina contrato de R$ 200 milhões com a Caixa para investir em infraestrutura - Caixa/Divulgação O prefeito agradeceu ao presidente da Caixa e ao presidente Lula, dizendo que "as obras vão melhorar a vida das pessoas nos quatro cantos da cidade, principalmente daquelas que mais precisam do poder público", afirmou.
PARCERIA CAIXA
Em 2021, a Prefeitura do Recife celebrou outro contrato com a Caixa, no valor de R$ 100 milhões> O financiamento permitiu investir em projetos como a construção do Compaz Professor Paulo Freire, no Ibura, o Compaz Atriz Leda Alves, no Pina, a requalificação do Parque das Esculturas e dos quiosques da orla, a conclusão do Habitacional Vila Brasil e da Ponte Engenheiro Jaime Gusmão, que liga os bairros do Monteiro e da Iputinga, além de ações de contenção de encostas e outras intervenções que viabilizaram o alcance da marca de três obras por dia realizadas em áreas de morro.
O presidente da Caixa, Carlos Vieira, ressaltou a importância de mais uma parceria com a Prefeitura do Recife para tirar do papel obras importantes para a cidade. “A Caixa tem 164 anos de existência e desde os seus primórdios faz a diferença na vida das pessoas. Então, quando juntamos um gestor público que tem essa visão e os nossos executivos, que vêm quebrando diversos paradigmas, chegamos a esse resultado. Temos a simbologia de fazer essa assinatura aqui porque é o ambiente onde queremos mostrar para a sociedade essa nova visão do que a Caixa está fazendo”, destacou o executivo.
Deslizamento no Córrego da Bica, na madrugada de quinta, vitimou mãe e filha - TV Jornal MORTES E COBRANÇAS
As mortes da técnica de enfermagem, Maria da Conceição, de 51 anos, e de sua filha Nicolle Kelli, de 23 anos, acenderam o alerta para a situação do Córrego da Bica. O deslizamento atingiu a parte de trás de uma casa, onde as duas moradoras dormiam e foram soterradas. Moradores e vereadores de oposição afirmaram que a Prefeitura do Recife foi procurada várias vezes por meio de requerimentos e outros instrumentos para alertar sobre o risco no local, mas não obtiveram respostas.
RISCO ALTO NO CÓRREGO DA BICA
A Prefeitura do Recife conhece bem o nível de risco do Córrego da Bica e de outros morros da cidade. No Plano de Contingência para conviver com o inverno em 2024, o documento traz um ranking com as localidades, por região (nordeste, norte, oeste e sul), com maior concentração de pontos de risco alto e muito alto. O Córrego da Bica aparece em 3º lugar na região nordeste dos morros, atrás apenas do Córrego da Areia (Nova Descoberta) e Sítio dos Macacos (Guabiraba).
O déficit habitacional na cidade e a alta densidade demográfica fazem com que as pessoas encontrem nos morros um lugar para viver. O Recife, aliás, tem 67,43% de sua área territorial em morro. A Defesa Civil do município monitora atualmente 194 áreas de risco. Segundo a Prefeitura, a primeira gestão de João Campos investiu R$ 850,1 milhões nas Operações Inverno de 2021 a 2024. As mortes nas últimas chuvas realçam o tamanho do desafio dos morros e alagados do Recife, exigindo mais investimento, prevenção e tecnologia.
Acompanhe os valores.
OPERAÇÃO INVERNO:- 2021 - R$ 96,6 milhões
- 2022 - R$ 148 milhões
- 2023 - R$ 291 milhões
- 2024 - R$ 314,5 milhões
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Prefeitura do Recife assina contrato de R$ 200 mi com a Caixa para investir em obras nas encostas e drenagem
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