Os dados foram levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Pelo menos 68 mil crianças e adolescentes, com idades entre 5 e 17 anos, estão submetidas ao trabalho infantil em Pernambuco, segundo dados de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em nível nacional, o número dispara e chega a 756 mil crianças sob estas condições.
Diante deste cenário, o Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil de Pernambuco (FEPETIPE) promove, nesta quinta-feira (10), uma passeata pelas ruas do Recife para conscientizar a população sobre o trabalho infantil. A XI Marcha de Enfrentamento ao Trabalho Infantil terá início às 13h30 no Parque 13 de Maio, em Santo Amaro.
Os participantes vão percorrer as ruas Princesa Isabel, Rua do Sol, Praça da República, Ponte Buarque de Macedo, até finalizar com uma roda de ciranda no Marco Zero. No percurso haverá atrações populares, como apresentações artísticas e exposições a fim de chamar a atenção para o tema.
A iniciativa tem como mote “O trabalho infantil que ninguém vê. Transformar nossos compromissos em ação: vamos acabar com o trabalho infantil” e visa abordar as probelma´ticas do trabalho infantil, que ainda é comum no Brasil.
A marca é realizada desde 2013, chamando a atenção para a violação dos direitos humanos e levando conscientização para a população acerca do tema.
Dados
Apesar dos esforços de entidades nacionais e estaduais, dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua sobre o Trabalho de Crianças e Adolescentes mostram que 1,881 milhão de pessoas de 5 a 17 anos estavam em situação de trabalho infantil em 2022. O número teve um crescimento expressivo entre os anos de 2019 e 2022.
A pesquisa mostra que, entre 2019 e 2022, a população com 5 a 17 anos diminuiu 1,4%, mas a quantidade de pessoas submetidas ao trabalho infantil cresceu em 7%.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) leva em conta as orientações da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que define o trabalho infantil como “aquele que é perigoso e prejudicial para a saúde e desenvolvimento mental, físico, social ou moral das crianças e que interfere na sua escolarização”.
O número de adolescentes com idades entre 16 e 17 anos em trabalhos informais também cresceu. Foram estimadas 810 mil adolescentes sem carteira assinada, o que significava uma taxa de informalidade de 76,6% - a maior da série histórica iniciada em 2016.
Resgate em Pernambuco
Em agosto deste ano, 301 crianças e adolescentes foram resgatatadas em em situação de trabalho infantil no Agreste Pernambucano. Do total de resgatados, havia 41 crianças com até 11 anos.
As irregularidades foram identificadas pelo Grupo Móvel de Fiscalização do Trabalho, que percorreu dez feiras livres e 46 fábricas de oito municípios do Estado. Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, 96% das fábricas fiscalizadas são do ramo têxtil, com predominância de facções, que são pequenas empresas que fazem partes específicas do serviço.
Nestes locais foram encontrados adolescentes trabalhando com máquinas e com exposição ao fogo. Foi constatado que dois deles trabalham por 9 horas em pé e manuseando uma prensa quente.
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