A região norte foi um dos primeiros alvos da guerra, obrigando grande parte da população a fugir para sul

Nesta segunda-feira, o exército de Israel alertou mais uma vez aos palestinos da Faixa de Gaza para não regressarem ao norte do território, um dia após autoridades hospitalares do enclave terem afirmado que cinco pessoas foram mortas. As cinco mortes aconteceram quando uma multidão de deslocados tentava chegar às suas casas no norte, porque havia sido permitido a mulheres e crianças. Também pelo menos 54 ficaram feridas no incidente, segundo os registros.
 
A região norte foi um dos primeiros alvos da guerra, obrigando grande parte da população a fugir para sul. 
O porta-voz militar israelita, Avichay Adraee, avisou que os palestinos devem permanecer no sul de Gaza, onde lhes foi dito para se abrigarem, porque o norte é uma "zona de combate perigosa". Mas, o exército de Israel não fez qualquer comentário e as circunstâncias exatas sobre as mortes.
 
É estimado que cerca de 250 mil pessoas vivam no norte e os militares israelitas impediram o regresso dos deslocados durante esses seis meses de guerra, afirmando que a área é uma "zona de batalha ativa".
 
Apesar das forças armadas terem reduzido o número de tropas em Gaza para se reorganizarem, Israel continua a efetuar ataques aéreos e operações específicas no norte, sobretudo no principal hospital de Gaza, al-Shifa, que já se encontra em ruínas após duas semanas de ataques e combates em março. Além disso, Israel adiou os planos para uma ofensiva militar em Rafah, sul do território, próximo a fronteira com o Egito, enquanto o gabinete de guerra discute uma resposta ao ataque iraniano do fim de semana. A força aérea israelita tinha previsto começar hoje a distribuir panfletos em partes de Rafah, avisando as pessoas sobre a ofensiva contra a cidade onde mais de um milhão de palestinos estão refugiados.
 
 
O norte de Gaza e o regresso da sua população são um dos pontos de divergência entre Israel e o Hamas nas negociações em curso para tentar obter um cessar-fogo em troca da libertação dos reféns. Israel quer tentar atrasar o regresso para evitar que os militantes se reagrupem no norte, enquanto o Hamas afirma querer um fluxo livre dos deslocados.
 
A guerra teve um impacto impressionante sobre os civis em Gaza, com a maior parte dos 2,3 milhões de pessoas do território deslocadas pelos combates e vivendo em circunstâncias precárias, com pouca comida e água, com a maioria abrigada em tendas improvisadas. Grandes áreas da paisagem urbana foram danificadas ou destruídas, deixando muitos palestinos deslocados sem ter para onde regressar.
 
Após seis meses de combates em Gaza levaram o território palestino para uma crise humanitária sem precedentes, deixando mais de um milhão de pessoas à beira da fome. A guerra já matou 33.700 palestinos, sendo que mulheres e crianças representam dois terços das vítimas, e feriram mais de 76.200, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. 
 
 
Israel reivindica ter eliminado mais de 12 mil militantes do Hamas desde o começo do conflito, mas ainda não forneceu provas que apóiem a afirmação.
 
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